A Brasilata é líder em produção de latas de tinta e uma das empresas mais criativas no Brasil. É uma empresa que estimula a criatividade, por mais simples que a ideia possa parecer. Um dos fatos mais interessantes que ocorreu, foi quando a coordenadora de desenvolvimento de pessoal da empresa, estava de pé numa sala, esperando para falar com o coordenador administrativo, que naquele momento discutia como fazer uma tampa melhor para uma lata de leite em pó.

A coordenadora começou a prestar atenção e, de repente, pediu licença: Por que vocês não tentam uma solução fazendo isso assim... Duas semanas depois, saía da oficina de protótipos, um novo modelo de tampa baseado na proposta dela.

Não existe nada similar no mundo. A tampa está sendo patenteada nos Estados Unidos e na Europa. O que importa nessa história não é tanto a tampa, mas como a criatividade pode aflorar na empresa. Conforme ela mesmo disse, "Se não houvesse abertura para eu palpitar sobre o trabalho dos outros e ser ouvida com atenção, jamais teria dado essa ideia".

"Em outra empresa, talvez dissessem 'o que essa moça do RH entende de tampa?" Por trás de ambiente de muita criatividade está a filosofia adotada pela direção da Brasilata: "Um trapezista só vai se arriscar a dar um salto inédito se contar com uma rede de segurança", diz Antonio Carlos Teixeira Alvares, superintendente da Brasilata. "O que fazemos é estender uma enorme rede embaixo dos funcionários, dizendo que ninguém vai ser punido por um erro bem-intencionado. A partir daí, liberamos a imaginação das pessoas."

Esse clima de tolerância cria um ambiente propício a experimentações. Há três anos, um operário da fábrica resolveu, meio de brincadeira, fazer frisos numa lata quadrada de 9 litros. Mostrou-a à equipe de desenvolvimento da Brasilata, que aperfeiçoou o modelo. A lata ganhou resistência e permitiu a diminuição da espessura da chapa de metal, o que reduziu seu custo em 5%. O conceito rendeu a conquista da medalha de prata, num dos mais importantes prêmios da categoria no mundo.

Em 2006, foi um ano marcante para a Brasilata, pois o número de ideias superou a marca de 105 mil, uma média de 121 ideias por funcionário/ano, resultado elevado mesmo para o mais alto padrão mundial, hoje alcançada pelos japoneses, com uma média 61 ideias por funcionário/ano.